Solidez do meu coração

Enquanto meu amor repousava eu estava desadormecida, consumida pelo jubilo de estar ao lado do meu caro aspirava desmemoriar o inevitável, a alvorada vinha tão rápida quanto a luz que chega a pupila, diria que se o eterno fosse a escolha de um momento determinaria este como perpetuo, perpetuamente iria deleitar-me da companhia de tal ser que ao seu encontro faz-me regozijar a semana inteira, como se o desassossego não existisse e os meus únicos encargos eram delinear um novo encontro. A aurora era a desafeiçoada que me tomava a quietude de contemplar o repouso do meu amado que antes de adormecer tirava todo o meu tormento com seu riso imperioso e único que me fazia reconhecer que o meu contentamento estava submisso a sua estada de tal forma que me esquivava de qualquer pensamento que poderia me fazer lembrar que os instantes nesse mundo findam, os momentos bons habitualmente correm e que ao raiar do dia teria outras incumbências que não chegariam perto do gozo de estar olhando para a solidez do meu coração.

Autora: M.F.

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