“Vem” novo álbum de estúdio de Mallu Magalhães
Olá
pessoas, como estou sem tempo esses dias, mais quero muito falar sobre o novo
álbum de Mallu Magalhães encontrei uma matéria que fala praticamente tudo que
queria falar. Vou colocar aqui a matéria retirada do site G1 escrita por Mauro
Ferreira. Eu já escutei o álbum completo unas três vezes que me lembro e
gostei.
‘"Você
que me ature / Não há quem segure / A coragem dos meus 24", avisa Mallu
Magalhães, do alto dos 24 anos, em versos de São Paulo, uma das 12 músicas inéditas do repertório inteiramente
autoral de Vem (Agência de Música / Sony Music), quarto álbum solo de estúdio
da cantora e compositora paulistana. Sim, Mallu cresceu como mulher e artista.
Vai fazer 25 anos em 29 de agosto deste ano de 2017, está casada, radicada
desde 2013 em Lisboa – onde gravou com
escalas em São Paulo (SP) e no Rio de Janeiro (RJ), aos propagados 24 anos, o
disco produzido pelo marido Marcelo Camelo e lançado hoje, 9 de junho, nas
plataformas digitais de Brasil e de Portugal – e tem uma filha, Luísa, que fará
dois anos em dezembro.
Vem é ponto
de maturação na trajetória artística e pessoal de Mallu. O álbum é fruto do
amadurecimento iniciado no anterior álbum solo de estúdio da artista, o já
saboroso Pitanga (2011), lançado há
seis anos. Entre um disco e outro, houve o álbum da Banda do Mar com músicas de
redonda arquitetura pop que exteriorizaram o cancioneiro de Mallu. Vem também emerge desse alto mar que
cruza o oceano que liga Portugal ao Brasil, confirmando o talento dessa
"gata da vida", como Mallu se autodefine em outro verso de São Paulo, tributo nada cinzento à
selvagem cidade de pedra que a pariu há 24 anos.
"A
paz de verdade anda aí pelo mundo", sentencia Mallu, cidadã universal, na
letra de Vai e vem, certeiro petardo
pop do álbum. Mais um, a rigor, pois as quatro músicas já previamente
divulgadas do repertório – entre elas, a inebriante balada Será que um dia – já tinham sinalizado que Mallu apresentaria em Vem a safra mais inspirada de
composições da carreira iniciada há dez anos quando, em 2007, a então
adolescente (promessa de) artista jogou na web gravações de canções autorais
compostas em inglês em lote que destacou Tchubaruba.
Curiosamente, há em Vem uma única
música em inglês, Love You, sedutora
canção tatibitati que parece fruto de safra antiga, mas que soa renovada e
charmosa pelo arranjo.
A
propósito, a produção de Marcelo Camelo e os arranjos (divididos entre Camelo e
Mario Adnet) ampliam o poder de sedução do cancioneiro de Vem, disco que transita com frescor por cadências da música
brasileira. Primeira música a ser divulgada, em agosto de 2016, o samba Casa pronta continua com bossa na
versão revista e ampliada (com outros instrumentos além do violão básico)
gravada para o álbum. Há bossa também no violão que introduz e conduz Gigi – tributo amoroso de Mallu à mãe,
Gigi Arruda Botelho – e na cadência pop que guia a cantora pelo itinerário de Guanabara, road-bossa-song em cuja
letra a personagem sai à procura do paradeiro do ser amado.
A
bossa nacional está no álbum, mas é redutor enquadrar Vem no rótulo de disco brasileiro. Afinal, a bossa de várias
músicas pode ser brasileira, mas o som anda pelo mundo, às vezes em clima
retrô. É difícil dissociar o arranjo da viciante balada Navegador das orquestrações feitas pelo produtor Phil Spector na
década de 1960 para grupos vocais femininos norte-americanos como The Ronettes.
Mas, sim, Mallu soa mais brasileira em Vem.
Chamado
de ajuda em momento down, Pelo telefone
cai no suingue do mesmo sambalanço dos anos 1960 que pauta Você não presta, samba que chamou mais atenção pela polêmica sem
nexo criada em torno do clipe, visto por alguns como racista. A letra de Pelo telefone transmite melancolia cada
vez mais rarefeita no cancioneiro de Mallu. Mas a tristeza é diluída pelo sopro
dos metais do arranjo do samba. É melhor ser alegre do que triste, já descobriu
Mallu. Tanto que no samba pop Culpa do
amor a gata joga na conta da vida o vaivém cotidiano da arte de amar, ora
em guerra, ora em paz.
A
paz vence a guerra conjugal. Não por acaso, no fecho de Vem, Mallu sereniza os ânimos e o espírito no traço aconchegante de
Linha verde, valsa-canção cortada
pelo toque de uma guitarra portuguesa que evoca o fado (sem clichês) e Lisboa,
pousada atual desta cidadã do mundo que expõe toda a coragem dos 24 anos no
melhor álbum da carreira, Vem,
clássico instantâneo da música pop brasileira de alcance universal. ’