Imagine Dragons e seu novo álbum “Evolve”
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Capa Oficial do Álbum |
Eu
não sei se muitos ou todos já ouviram, mas foi lançado sexta passada e eu
acabei esquecendo de comentar sobre o maravilhoso álbum do ‘Imagine Dragons’ e
seu ótimo trabalho feito nesse álbum intitulado de “Evolve”. Como estou sem
muito tempo e não ia ter como colocar as palavras certas para definir esse
álbum, eu peguei uma crítica que o Jhonathan Mendonça do site “Omelete” fez
sobre o eles e vou moldar um pouco com o que achei diferente dele, então vamos
lá.
Certa
vez um crítico disse que a banda Imagine Dragons era "muito boa no que
faz, mesmo quando aquilo que faz não fica muito bom". Esse é um ótimo
resumo do caminho que trilharam até agora: críticas mistas, singles fortes,
clipes duvidosos, e uma inegável energia contagiante em todos os seus
lançamentos.
Depois
de um ano de "hiato" lançando apenas trilhas para cinema, eles
retornam provando que pretendem fazer cada vez melhor. Evolve é, como o próprio
nome já diz, o momento de maior evolução da banda até agora. Trazendo de volta
o produtor Alex da Kid, responsável pela marca inconfundível de
"Radioactive" e de sucessos de Eminem e Dr. Dre, o álbum coloca a
identidade do grupo em choque com uma levada radiofônica que remete a The
Weeknd e Zayn. Isso provavelmente é fruto das parcerias com novos produtores,
como John Hill (queridinho de Shakira) e o duo Mattman & Robin
(responsáveis pelos singles "Hands to Myself" de Selena Gomez, e
"Slumber Party" de Britney Spears). Ou seja: une-se o estilo que foi
construído nos últimos discos com aquilo que há de mais moderno nas rádios.
Eu
amei cada música “I Don’t Know Why” tem uma melodia envolvente, aquele começo
suave mostra uma outra face do vocal de Dan Reynolds, mais R&B e melódico e
me leva a filmes antigos e me imagino dançando no meio da rua e cantando com
aquelas roupas retro (estilo o filme de volta para o futuro), daí chega o
refrão poderoso ao entrar com seus gritos rasgados. Um encontro ideal entre
"Starboy" e "Demons". Na sequência, a já conhecida
"Whatever It Takes" nos dá uma sensação louca, esse início cantando
rapidinho é demais e o refrão chega com tudo e da vontade de você cantar bem
alto “Whatever it takes Cause I love the adrenaline in my veins I do whatever
it takes Cause I love how it feels When I break the chains” coisa de doido
rsrsrs. Isso pode ser explicado graças a participação de Joel Little, produtor
da faixa, e responsável por grande parte do primeiro álbum de Lorde. Quer um
nome melhor para criar atmosferas do que alguém com essas credenciais?
A
percussão marcante que encontramos nas melhores faixas do passado está de volta
nos singles "Believer" e "Thunder". Porém, enquanto
"Believer" carrega o típico clima desafiador da banda,
"Thunder" quebra o clima de forma alegre e quase dançante. Amo as
duas e danço nas duas “Believer” eu já me movo fazendo uma batida de cabeça ao
ritmo que vai batendo a percussão, já “Thunder” já algo que não sei explica e
também não sei porque me lembre um pouco de Lorde, me dá vontade de dançar na
chuva ou chutando ou pulando as poças de água que fica quando chove. Outras
semelhanças com lançamentos consagrados estão em "Walking The Wire",
por exemplo, que tem um pé em "It’s Time", single que apresentou a
banda ao mundo.
Um
hino de superação, sobre "andar na corda bamba" mas sempre seguir em
frente. Vocais amenos no início, que colocam força só quando é necessário e te
levam sempre ao ápice. Uma outra referência ao passado pode ser notada na
última faixa, "Start Over" - um pedido de segunda chance ao amor. Com
uma levada mais feliz e brilhante, é a "On Top Of The World" do
disco. A receita de refrão grudento, baseada em duas frases - "Podemos
começar de novo, antes que chegue ao fim" - faz a música ser dançante e
com força de single. Essa é uma característica que também pode ser vista em
"I’ll Make It Up To You" que tem cara de summer hit e evoca um
eletropop dos anos 80. O refrão fácil - "fique comigo mais uma noite, e eu
vou compensar tudo por mais uma noite" - vai ser crescendo com vocais mais
agudos e uma guitarra bem colocada no final. "Mouth of The River" é a
única faixa que se manteve na receita de sempre sem nenhuma inovação, passando
despercebida em meio a tantas outras que "apimentam" o que já
conhecemos.
A
maior experimentação do álbum fica por conta de "Yesterday", uma ode
a vida como ela é, que prega celebração do passado, presente e futuro. A faixa
abre com a voz de Dan Reynolds atingindo graves que raramente ouvimos
acompanhada de um piano marcando o tempo. É música pra se cantar rodeado de
amigos em um bar, em um grande brinde, bem diferente de tudo que já ouvimos do
Imagine Dragons, tonando em uma música maravilhosa. E o final chega com uma
faixa escondida logo após "Start Over". Isso já foi feito em outros
discos, mas desta vez a faixa lenta e melancólica acaba sendo inexpressiva.
Com
um ajuste aqui e outro ali, Imagine Dragons ainda soa fresco. É bonito ver o
quanto Dan Reynolds explora seus vocais neste trabalho e as colaborações com
novos produtores garantem que nada fique datado. Eles exploram novos sons sem
sair de sua roupagem consagrada e continuam empolgando, mesmo que escorreguem
nas faixas mais lentas e emocionais. É uma evolução constante, uma cutucada
positiva na zona de conforto que coloca em evidência a necessidade de se
arriscar um pouco mais no próximo disco.