“Nesses 9 anos só tivemos elogios, mas nenhum apoio” conta diretor artístico William Soares.
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Foto: Divulgação |
Semana
passada tivemos o espetáculo de dança Rítmica Bossa Nossa, onde apresentaram ao
público uma homenagem a João Gilberto um dos criadores do estilo. Então essa
semana o blog conversou com o diretor artístico William Soares que é o
idealizador do espetáculo e criador do grupo “Contadores de História”. Confira
a entrevista.
Como
foi a idealização do projeto?
A
internalização do projeto, bem pensar primeiro primeira um pouco na ideia do
grupo que eu já tenho há quase 9 anos, que vai fazer 9 anos que os contadores
de histórias e dentro do contação de história além das narrativas a gente também
trabalha as músicas, a gente envolve as linguagens artísticas se tornando a
narração artística da arte de contar histórias e tem a dança tem a linguagem
nesses movimentos na criação de partes. Então a 2 anos desde 2018 a gente já
trabalhava algumas músicas de João Gilberto dentro dos nossos espetáculos, e para
trazê-lo escrito que foi um desafio escrever para um edital é muito desafiante,
não nem todas as pessoas ousa escrever para edital, também acredito que pela falta
de informação e foi muito importante pela primeira vez eu ter escrito pelo
edital, que eu vi a necessidade de ter capacitação para escrever editais. Nisso
falar da idealização do projeto, foi na realidade a partir da indagação, porque
assim, porque Juazeiro é a Terra da Bossa Nova, mas não há um fundo assim sabe
apropriado porque a gente tem a cara do memoria, já tinha caso do memorial
bossa nova já tinha Vila bossa nova que foi construído, já tinha a escultura de
João, então eu fiquei assim, poxa tá faltando algo, porque João Gilberto ele
toca o quê, que músicas são essas, então foi a partir daí dessa indagação pra
se conhecer as músicas através dos meninos participantes através da minha
pessoa também as pessoas conhecerem um pouco da obra que foi imortalizado por
ele que é conhecido no mundo todo
Como
foi a escolha das locações para as gravações dos atos?
Sobre
as locações a gente pensa uma coisa, mas quando vai pra prática e totalmente
diferente. Então sobre a escolha da das locações pra gravação, tinha um
pensamento bem bacana primeiro de mostrar Juazeiro um pouco da cidade. A
escolha foi nesse sentido qual é o cartão postal da cidade, onde as pessoas de
cara vão se identificar, então foi nesse sentido lugares que as pessoas passam no
dia a dia, que olham e identificam Juazeiro. Tivemos um plano anterior, mas que
na hora tivemos que trocar, mas a gente conseguiu, pelo menos no meu ponto de
vista conseguimos alcançar o que nós queríamos com o local de gravação.
Vimos
que o projeto foi financiado pelo governo federal e um incentivo da prefeitura
municipal, mas além deles teve mais alguém que tenha apoiado o projeto?
Não,
nunca teve. A gente sempre, nessa questão de contadores de história nunca teve,
sempre teve apresentações, chamadas rápidas. Como não tem o fundo de cultura
aqui na cidade que está para aprovação o plano cultural, não tem um valor específico,
o que vai acontecendo é através de editais. Nesses nove anos tivemos elogios,
mas nenhum apoio, ninguém para abraçar a causa, financiar os projetos. Tanto
que está assim, escrevemos o quarto ato e vamos atrás de financiamento, mas
mesmo se não tiver vamos apresentar porque amamos fazer isso.
O que
você acha dessa falta de incentivo e apoio aos projetos artísticos da região?
É
muito engraçado essa pergunta, porque essa falta de incentivo está relacionada
a falta de valorização e apoio aos projetos da região. Todo mundo sabe,
Juazeiro é o polo de artistas. Como eu vim do projeto sócio cultura, como meu
pilar foi a educação e da educação eu conseguir o elo com a cultura e mostra um
pouco de juazeiro através das lendas, da dança, enfim de muitas coisas, o meu
nasceu assim do voluntario. No atual momento tem a falta de incentivo, de
valorização, de humanismo, mas também do artista se valorizar, daquele produtor
cultural se valoriza, ele ter foco em seu projeto, ele saber que ali é valido,
porque muitas vezes ele inicia algo aqui e para, não tem algo contínuo é muito
pontuado. Claro que eu Willian não vivo da arte, mas tem muitos que vivem e que
podem ter outra perspectiva, mas na minha, acredito que além da falta de
incentivo, o artista precisa se valorizar e entender qual é o seu papel. Que
mesmo sem a falta de incentivos você deve acreditar em seu projeto.
A lei
Aldir Blanc veio no momento crucial da pandemia, está sendo de extrema
importância. É uma lei que está no Brasil inteiro, que mesmo tendo no aspecto
de organização da prefeitura, se não tivéssemos essa Lei não teríamos
conseguido fazer praticamente nada. Um jeito de dá um exemplo para as
prefeituras de como lidar com o pessoal da cultura.
As
expectativas de público, no caso visualizações foram atingidas?
Sim,
desde o primeiro ponto, porque a gente não chega com ele no total. Porque
comecei, vou fazer uma serie, a serie dos desenhos foi muito importante falar
um pouco de João Gilberto. A ideia também desde as pessoas em que a gente manda
a história, iam postando e repostando o cartaz, a série, as postagens dos ensaios
foi criando uma expectativa sobre o espetáculo.
Mas eu
não coloquei nenhuma expectativa em relação as visualizações dos três dias do
espetáculo, porém ontem eu já tive a surpresa que o vídeo já tinha ganhado aclamação,
porque ele não já estava mais só na minha página, mas em outras páginas também.
Fiquei muito feliz por ter tido já um ponto de vista por quem já conhece a
Bossa Nova e que complementou ainda muito mais da pesquisa de investigação. Eu
gostei da repercussão, porque foram só positivas como no todo, é um trabalho
que já fazia que agora como uma lei eu ganhei uma maior visibilidade, então
fico agora nesse transe, que se participar de mais leis eu vou ganhar mais
visibilidade, porque tudo que fazia era mais em questão de escolas, congressos,
mas quando é uma lei, quando é algo que tem apoio as pessoas parecem que tem
uma credibilidade maior.
O
grupo Rítmica Bossa Nova pretende levar esse projeto para os palcos quando a
pandemia tive finalizada? E veremos outros projetos da Rítmica Bossa Nova ainda
esse ano?
Nós
pretendemos continuar porque tem muitas músicas dele que ficaram de fora que
queríamos colocar, mas não tivemos como. Já revelando de ante mão que faremos o
quarto ato, que pretendemos apresentar no dia 10 de julho, que é aniversário de
João Gilberto, que se ele tivesse vivo estaria completando 90 anos. Então
estamos montando o projeto que traz uma síntese dos três, mas com uma pegada de
início e revelando em si o João Gilberto do seu nascimento. E iremos apresentar
com ou sem apoio financeiro.
Gostaria
de deixar alguma mensagem para os leitores do blog e para população
juazeirense?
Gostaria
de agradecer a todos que comentam, compartilham, que torcem juntos, que de uma
maneira ou outra da credibilidade ao trabalho que venho realizando, e que
possamos entender Juazeiro como uma cidade cultural. Eu falei recentemente em
uma entrevista no sábado passado, que nós vamos ter o passado com uma visão, eu
amo as fotos do passado, como eu queria ter visto real aquela estação que
ficava em frente ao rio São Francisco, o cais que foi demolido. Mas esse
passado serve pra gente ver o presente e projetar o futuro, mas o futuro ele é
inexistente, então o que tem hoje pra eu fazer hoje, o que tem para construir
essa Juazeiro que tá moderna que com o passar dos anos as coisas vão mudando o
contexto social vão mudando, as pessoas vão morrendo, outras vão nascendo,
outras vão se descobrindo. Então o que Juazeiro, os artistas, as pessoas que
gostam do turismo da cidade, eu falo também das com poder financeiro que tem
seus comandos, como é que queremos ver Juazeiro amanhã, o que eu para mim e pra
minha cidade, porque lugar onde a gente vive é o lugar quer viver bem. E é uma
teia, e um link, é uma rede de compartilhamento porque se um tá também, todos
vão ficar bem também. Então essa
pergunta: Como eu quero ver o Juazeiro no amanhã, o que é que eu estou
contribuindo, principalmente para os fazedores de cultura e que entendem da
cultura e que sabem como Juazeiro foi ontem e como posso contribuir para o
hoje.
"Melhor parte disso foi poder influenciar e fazer a nova geração ver que existe uma personalidade tão grande para o mundo e que veio da nossa terra, e que existe um ritmo que ganhou 100% brasileiro 100% juazeirenses, e saber que eu tenho um boa visibilidade em relação a essa nova geração me faz ver o tanto de pessoa que não conheciam, e o tanto de pessoa que conhece e não dá muita importância, mas viemos justamente com esse objetivo, conscientizar e potencializar a Bossa Nova, e o artista João Gilberto, da nossa forma em forma de dança, dessa maneira também, esperamos que novos artistas se manifestem a mostrar sua arte em editais, oficinais apresentações, em nossa cidade, pra elevarmos ainda mais a cultura da nossa Juazeiro!". Comenta o dançarino Miron Rodriguez.